Degustação de vinho em Minas Gerais – Luiz Fernando Veríssimo
05/12/2010 às 0:04 | Publicado em Cultura | Deixe um comentárioTags: Degustação, Fernando, Gerais, Luis, Minas, Veríssimo, vinho
– Hummm…
– Hummm…
– Eca!!!
– Eca?! Quem falou Eca?
– Fui eu, sô! O senhor num acha que esse vinho tá com um gostim estranho?
– Que é isso?! Ele lembra frutas secas adamascadas, com leve toque de trufas brancas, revelando um retrogosto persistente, mas sutil, que enevoa as papilas de lembranças tropicais atávicas…
– Putaquepariu sô! E o senhor cheirou isso tudo aí no copo ?!
– Claro! Sou um enólogo laureado. E o senhor?
– Cebesta, eu não! Sou isso não senhor !! Mas que isso aqui tá me cheirando iguarzinho à minha egüinha Gertrudes depois da chuva, lá isso tá!
– Ai, que heresia! Valei-me São Mouton Rothschild!
– O senhor me desculpe, mas eu vi o senhor sacudindo o copo e enfiando o narigão lá dentro. O senhor tá gripado, é ?
– Não, meu amigo, são técnicas internacionais de degustação entende? Caso queira, posso ser seu mestre na arte enológica. O senhor aprenderá
como segurar a garrafa, sacar a rolha, escolher a taça, deitar o vinho e, então…
– E intão moiá o biscoito, né? Tô fora, seu frutinha adamascada!
– O querido não entendeu. O que eu quero é introduzi-lo no…
– Mais num vai introduzi mais é nunca! Desafasta, coisa ruim!
– Calma! O senhor precisa conhecer nosso grupo de degustação. Hoje, por exemplo, vamos apreciar uns franceses jovens…
– Hã-hã… Eu sabia que tinha francês nessa história lazarenta…
– O senhor poderia começar com um Beaujolais!
– Num beijo lê, nem beijo lá! Eu sô é home, safardana!
– Então, que tal um mais encorpado?
– Óia lá, ocê tá brincano com fogo…
– Ou, então, um suave fresco!
– Seu moço, tome tento, que a minha mão já tá coçando de vontade de meter um tapa na sua cara desavergonhada!
– Já sei: iniciemos com um brut, curto e duro. O senhor vai gostar!
– Num vô não, fio de um cão! Mas num vô, messs! Num é questão de tamanho e firmeza, não, seu fióte de brabuleta. Meu negócio é outro, qui inté rima com brabuleta…
– Então, vejamos, que tal um aveludado e escorregadio?
– E que tal a mão no pédovido, hein, seu fióte de Belzebu?
– Pra que esse nervosismo todo? Já sei, o senhor prefere um duro e macio, acertei?
– Eu é qui vô acertá um tapão nas suas venta, cão sarnento! Engulidô de rôia!
– Mole e redondo, com bouquet forte?
– Agora, ocê pulô o corguim! E é um… e é dois… e é treis! Num corre, não, fiodaputa! Vorta aqui que eu te arrebento, sua bicha fedorenta!…
*Luiz Fernando Veríssimo*
Projeto de Lei prevê correção anual da tabela de serviços médicos do SUS
22/02/2010 às 0:05 | Publicado em Política, Saúde | Deixe um comentárioTags: correção, Coruja, Fernando, PL, pps, reajuste, sus, tabela
Tramita em caráter conclusivo nas Comissões de Finanças e Tributação; Seguridade Social e Família; de Constituição e Justiça e de Cidadania, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 6149/09, do parlamentar Fernando Coruja (PPS-SC). A iniciativa determina à direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) garantir a correção anual da tabela de serviços médicos realizados pela iniciativa privada, através de contratos ou convênios. O PL prevê que o sistema deverá basear, por meios de demonstrativos financeiros e econômicos, a correção de valores na tabela de serviços médicos. Apesar de alterar a Lei 8.080/90 que regulamentou o SUS, a proposta institui que o valor da correção e a remuneração sejam avaliados pelos membros da comissão intergestores tripartite – formada por representantes da União, estados e municípios -, considerando os preços do setor que foram mantidos nos últimos 12 meses. Em entrevista exclusiva à DOC, o deputado Fernando Coruja ressaltou que o PL tem por finalidade atualizar a tabela do SUS, obrigando uma correção anual não só dos serviços médicos, mas dos serviços complementares e laboratoriais. O parlamentar também explicou que há defasagem nos procedimentos de média complexidade, o que acarreta em prejuízos aos usuários do sistema e a rede conveniada.
DOC – Por que houve a intenção de elaborar um Projeto de Lei que obriga a direção nacional do SUS a assegurar a correção anual da tabela de serviços médicos executados pela iniciativa privada por meio de contratos ou convênios?
Fernando Coruja – Hoje há uma defasagem muito grande em certos procedimentos, principalmente, os de média complexidade. Isto faz com que a maioria dos serviços não atenda o SUS. Isso prejudica o usuário. A finalidade do projeto evidente que não é beneficiar aqueles que realizam o serviço, mas é beneficiar os usuários do SUS. Como os preços pagos são muito pequenos e não são corrigidos há muito tempo, isso faz com que não haja a oferta desses serviços aos usuários de maneira geral. Esta é basicamente a ideia de obrigar uma correção anual da tabela, não só dos serviços médicos, mas dos serviços laboratoriais e complementares.
DOC – Qual a finalidade do Projeto de Lei 6149/09?
Fernando Coruja – Permitir que haja uma correção anual, um valor mínimo de correção, isto trará mais empreendedores, e aí eu falo fundamentalmente daqueles que atendem os serviços conveniados com hospitais filantrópicos, porque a maioria dos prestadores de serviços SUS não são prestadores privados, são prestadores filantrópicos e que hoje não conseguem prestar os serviços, principalmente, os de média complexidade, onde há uma defasagem muito grande no pagamento.
DOC – De que forma o PL vai assegurar a qualidade dos serviços contratados?
Fernando Coruja – A ideia é que haja uma oferta maior. O controle da qualidade dos serviços contratados é feito pelo gestor do SUS em cada área.
DOC – A proposta do PL não fere a Lei 8.080/90, que regulamentou o SUS?
Fernando Coruja – Não. Essas correções deveriam ser feitas pelo próprio executivo, através de correção de tabelas. Como isso não ocorre, pode-se ter iniciativas legislativas que façam com que esses procedimentos sejam corrigidos por um índice mínimo, que pode ser um índice estabelecido, e permita que esses procedimentos paguem pelo menos o custo real do serviço, dê alguma lucratividade ao prestador, proporcione maior acesso aos serviços por parte do SUS e maior benefício para os usuários.
Fonte: RevistaDOC
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